quarta-feira, março 30, 2022
sábado, março 26, 2022
Transporte de vinte e nove noivas acabadas de contrair seu Matrimónio em Malema 1974.
Em Malema Moçambique a tropa, quando era necessário, dar continuidade a missões!.
quinta-feira, março 24, 2022
Operação à base avançada da Mepoche 29 de janeiro de 1973:
Veio à memória quando no Lunho foi realizada uma operação a nível de Companhia, à base avançada da Mepoche, as dificuldades em definir um rumo num terreno, demasiadamente plano e sem pontos de referência. tirando uma exceção uma aqui outra acolá, a paisagem mais parecia, uma mesma imagem sucessivamente repetida, num cenário virgem e selvagem que talvez nunca tivesse, até então, visto gente. A imagem a indicar o caminho, ilustrava bem a dificuldade de, definir um rumo embora para nós que fazíamos parte da operação, parecesse coisa singela. Se bem me lembro nunca antes a tropa, chegara àquele local, o que penso eu, determinou que o nosso inimigo, de então tenha decidido ali instalar uma base. era longe, e não havia caminhos que nos lá levasse. Chegar às suas imediações, implicou um longo percurso, a corta mato, seguindo as indicações do nosso Comandante de Companhia António Cardoso Capitão Miliciano, que mais parecia orientar-se por telepatia. Aventura que foi uma grande viagem além da operação ser de oito dias, até que avistamos o rio da Mepoche, onde foi feita uma pausa para a reunião dos oficiais, e sargentos, afim de escolher um grupo de onze militares que iam fazer o assalto à dita base. aqueles que foram escolhido como eu! não conhecíamos, os andanhos daquela mata, incaracterísticas. Quando nos foi ordenado pelo comandante, seguimos um trilho que ao lado se encontrava cultivada uma machamba de milho, e ao cimo uma palhota onde se encontrava, um guerrilheiro da Frelimo, de vigia fugiu com a sua arma em direção à base alertar os camaradas a nossa presença. O episódio se passou quando chegamos ao cimo do trilho, ali vi uma base constituída por cerca de trinta palhotas, fizemos o cerco fomos recebidos com fogo das armas ligeiras, e automáticas, fui visto por um dos guerrilheiros, que me apontou a sua arma, eu me encontrava protegido por uma árvore o rebelde disparou uma rajada de tiros, os projéteis ficaram cravados, na mesma árvore que me protegia. De imediato eles se puseram em fuga, deixaram para trás todos os seus pertences que nós com Ronso da picada chegamos fogo a todas as palhotas, Em pouco tempo estávamos a ser bombardeados pelo morteiro 82. A destruição da base foi total em seguida abandonamos o local ao descer o trilho, senti o estoiro das granadas a estoirar perto de mim, e os estilhaços a perfurar as árvores. Continuei a descer aquele trilho, como se tivesse de memória cada árvore, não obstante tudo parecesse igual, numa paisagem imutável e agreste. Simplesmente recordo aquele dia 29 de janeiro de 1973,inicilamente sobre a ameaça do morteiro 82 ou de uma emboscada, fomos ter com o grupo que ficaram junto ao rio da Mepoche. A operação terminou ali, foi-nos ordenado que abandonássemos o local, continuamos a calcorrear aquelas matas, a poucos quilómetros fizemos uma pausa para o merecido almoço (ração de combate) deixamos para traz um rasto de destruição, depois de termos ingerido a refeição, fomos surpreendidos por alguns guerrilheiros da Frelimo, que nos seguiram, aos primeiros tiros, se puseram em fuga. Naquele momento seguimos marcha, em direção ao nosso aquartelamento, ao passar por várias árvores, algum camarada sem querer, mexeu numa das árvores, fomos atacados por um enorme enxame de abelhas, onde foi fortemente picado o soldado António Varandas, que foi evacuado ali no mato por um helicóptero, para hospital do Setor "A" em Vila Cabral. Pensou-se o pior, mas tudo correu normalmente, não fora mais um problema que ninguém esperava, ninguém se apercebeu e tão pouco fês qualquer sinal para parar, inicialmente se pensou que tudo estava normal, o soldado Rogério Sampaio, esqueceu-se do lugar onde estávamos, provavelmente se enganou nos trilhos, deixou de nos ver, como se fora algo que mais à frente nos encontrava, deixara para traz simplesmente, foi numa outra direção ficou perdido naquele isolamento no meio do mato e capim, passou aquela noite escura, só à mercê dos animais selvagens e pelos guerrilheiros da Frelimo, pelo tempo e pelas intempéries. Quando chegamos ao aquartelamento do Lunho, foi feita a formatura de a praxe, foi quando demos pela falta desse nosso camarada, que ficou perdido no mato. No dia seguinte um pequeno avião sobrevoou a zona, e não foi possível detetar a sua presença. O segundo grupo de combate saiu ao seu encontro, fomos encontrar ao fundo da ponte do Lunho, acompanhado por um amigo de quatro patas, que nunca o abandonou. Não me admiro nada, que para o meu camarada Rogério Sampaio, aquela noite que lhe trás à memória, recordações de um advento de guerra nunca se apagará. Gastou-se rapidamente o mês e os meses que restavam de 1973,o segundo Natal disfarçado no meio de um calor de derreter, seguindo-se os dias, um a um lento calvário sem fim à vista. Ao décimo quinto mês deixei de pensar no assunto, e só alguns se entretinham, a contar o tempo, esse continuaria arrastar-se pastoso, rotineiro, monocórdico e entediante, apenas pelas visitas, semanais do "avião" sempre desejado animação materializada trazendo o sagrado correio condicionado dentro daquele pequeno saco. fui ocupando o tempo com rotinas, já mais que rotinadas, com aquela certeza que acompanhava com uma cerveja laurentina, para mitigar a sede e amenizar o calor já que a água era férrea e não sabia bem e a cerveja não era cara. Identificava os cheiros fortes e característicos, do aquartelamento, já conhecia a cor da musica desordenada, das grossas pingas de chuva embatendo com violência, no telhado de zinco da minha caserna. Habituei-me às sistemáticas mudanças de paisagens, que as chuvas diluvianas, pintavam de múltiplos tons de verde para de seguida iam sendo teimosamente, repintadas de ocre com pinceladas de negro, acinzentado das queimadas, à medida que a época seca se instalava.
segunda-feira, março 21, 2022
Aquartelamento do Lunho Moçambique 1972
domingo, março 20, 2022
sábado, março 19, 2022
sexta-feira, março 18, 2022
Antigos Combatentes do Ultramar:
A guerra do Ultramar para uns! guerra Colonial para outros! teve inicio no ano de 1961 perfazendo atualmente sessenta anos. Por outro lado, decorridos que estão quarenta e nove anos, após o 25 de Abril de 1974,os combatentes do Ultramar, são hoje confrontados, com um sentimento de abandono, e de desprezo, por uma Pátria madrasta. Certamente que o Senhor Comandante Supremo das Forças armadas, sabe que hoje existe, um sentimento de revolta e descontentamento, generalizado em todos os combatentes do Ultramar. Sentimento esse que vai ao ponto, extremo de vários heróis, antigos combatentes entregar as suas cruzes de guerra e medalhas, ao Senhor. Fomos além mar, onde a pátria foi, lutamos com um clamor, imortal de mar, em mar, de rio, em rio, de serra, em serra, sempre em prol de uma Pátria que julguei ser a nossa, porque foi a nossa Pátria que nos pediu, para lutar por ela. hoje essa mesma Pátria olha para nós combatentes, como inúteis, como traidores, ou até mesmo como mercenários.
Texto de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72.
quinta-feira, março 17, 2022
quarta-feira, março 09, 2022
sábado, março 05, 2022
Posto de Sentinela no Lunho Moçambique 15 Fevereiro de 1973:
sexta-feira, março 04, 2022
"A MINHA EVACUAÇÃO PARA O HOSPITAL DE VILA CABRAL" MÊS DE SETEMBRO DE 1973 :
quinta-feira, março 03, 2022
quarta-feira, março 02, 2022
Chegada da Companhia de Artilharia 72 60 ao LUNHO 20 de março 1974:
Aquele inesquecível, dia 19 do mês de Março de 1974: todos nós madrugamos, se calhar não dormimos, convenientemente e, mal despontou o sol, que no Lunho nascia bem cedo, fomos saindo da caserna com a certeza mais que certa, de que a fuga daquele purgatório estava por dias. Nunca por então tantas sentinelas, mirando a picada. todos olhávamos para o horizonte, com impaciência, perscrutando a celeste direção, que sabíamos ser aquela de onde surgiria uma coluna de viaturas, carregando aqueles, que tomariam de então os nossos lugares naquela terra esquecidas do fim do mundo. Foi uma longa espera, que a impaciência se encarregou, de prolongar ainda mais. Ansiedade foi crescendo à medida que o tempo passava e a coluna tardava. Para o grande momento, até que soou o primeiro alarme. O ponto negro, já visível no horizonte, foi agradecendo à medida, até se tornar bem nítida a silhueta familiar da coluna que chegou no meio de uma nuvem de pó, evoluindo até se imobilizar, no aquartelamento do Lunho. Um burburinho expectante, fazia descer aqueles checas acabados de chegar, das viaturas, uma gritaria esfusiante, tomou ao mesmo tempo que cada um se esforçava, por parecer, o mais alucinado possível num misto de loucura e contentamento. alguns com ar mais infeliz do mundo, olhando em volta sem saber para onde se dirigir, iam sendo guiados quase empurrados, bombardeados por explicações atabalhoadas vindas de todo o lado. toda a gente ia contando, indicando, descrevendo, pintando, o que era as matas do Lunho onde ficava a Miandica, e as tarefas mais difíceis que iam ter de enfrentar.
terça-feira, março 01, 2022
Enfermaria do LUNHO:
Enfermaria do Lunho: 1972 a 1974:
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Fui apurado para todo o serviço militar obrigatório, a partir desse dia estava às ordens do exército de Portugal, os dias iam passando, um...
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Povoação de Malema Moçambique O ADEUS AO LUNHO NO DIA 23 DE MARÇO DE 1974!!! E O REGRESSO À CIDADE: O facto de não reter pormenores, convenc...