sexta-feira, fevereiro 25, 2022

COMPANHIA DE CAÇADORES 41 41 OS GAVIÕES A CAMINHO DO LUNHO:



As viaturas avançavam seguindo a picada de Metangula, fazendo uma pausa em Nova Coimbra, cujo os sulcos, ia sendo francamente iluminados pelo foco do sol, que a irregularidade da picada, que se fixa-se num ponto. Perscrutava-se o negro envolvente na tentativa de adivinhar, os contornos da mata, escondida no denso e impenetrável, manto preto como quem não quer a coisa, quase sem se dar por isso. As viaturas abandonaram Nova Coimbra, entraram na picada com destino ao Lunho, aos poucos foi denunciando um pó fininho que despertava com o rolar dos pneus, se levantava em remoinhos que iam cobrindo o ar circulante, de uma palha difusa misturada, com restos de folhagem seca, esvoaçando cobrindo desordenadamente, acabava de poisar hesitante até a viatura seguinte voltar tudo num reboliço irritante, que incomodava quem se lhe seguia. aquela mata era de facto diferente. Isso  determinou que a picada que seguíamos, fosse irritantemente sinuosa, talvez em demasia. E para piorar as coisas, as raízes à superfície, constituíam obstáculos que obrigavam as viaturas a um permanente escoucinhar, a uma dança frenética, um constante balanceio entremeado de saltos e ressaltos que iam massajando os corpos do pessoal que procurava a todo custo manter o equilíbrio, sobre a carroçaria desconfortável, de viaturas impróprias para o transporte de gente. E tudo isto retardava o andamento, deixando aquela conhecida sensação de passeio, de tartaruga de conferir até chegar ao inferno do Lunho. 

Texto de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72           
 

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