Acabadas as seis semanas, do IAO!! no Regimento de Infantaria n.º1 na Amadora, e depois de um curto período de férias de "despedida" eramos mais de cem homens, que compunham a Companhia de Caçadores 41 41 os Gaviões, considerados prontos como carne para canhão, para o teatro de guerra, em Moçambique!.. Esta era a primeira etapa da minha viagem, numa tarde de 12 de novembro de 1972 terminou junto ao aeroporto de Lisboa foi uma das mais angustiantes, de que me recordo, em toda a minha vida, e julgo não só para mim, como para todos nós, pois era a primeira prova concreta, de ser verdade aquilo que me esperava: A Guerra! O "NIASSA", "O LUNHO"O avião dos TAM Boeing707 preparado na pista, pronto a voar para Moçambique, até fazer a escala para o seu reabastecimento, em Luanda. Não retenho grandes lembranças, sobre Luanda!!! quando o Boeing, já sobrevoava, nas alturas nos apercebemos, que estávamos em território Moçambicano. Corria aquele mês novembro de 1972, e o calor fazia-se sentir em toda a sua pujança. Um ar quente saturado de pó, como uma bofetada de boas vindas, quando abandonamos a barriga da aeronave. Segui maquinalmente com os meus camaradas, olhando em redor como que anestesiado, pela desolação envolvente sem me dar, conta pelo menos no imediato, de que aquele exíguo espaço perdido. No dia 19 de Novembro de 1972 acabávamos de chegar a um local onde a mata, numa sucessão infinitesimal, de coisa nenhuma. para lá do limite do arame farpado, se encontrava aquele aglomerado bairro de latas, construído em chapas de zinco e outras em artesanal em blocos, e tijolos. O conforto provocado pelo calor intenso simplesmente institui que o nome do local que nos havia saído em sorte mas sem qualquer informação, do que me esperava o Lunho é verdade que tomei a consciência de que estava num local, onde não havia rede elétrica publica. Por ali não havia eletricidade permanente, um gerador que só funcionava nas escassas três a quatro horas quando a noite caía, isso não seria suficiente para alimentar as arcas congeladoras, eram alimentadas a petróleo. Fomos recebidos pelos velhinhos, era sempre servida como praxe, de boas vindas como checas. Velhinhos esses que ali habitavam, à bastantes meses, tempo suficiente para serem rendidos, depois de fazerem a entrega do local, a Companhia de Caçadores 33 92, seguiram marcha para outro local, nós ficamos perdidos, no meio daquele capim, naquele ermo, sem viva alma em seu redor, bem conhecido do Niassa o buraco do « LUNHO»
(CIDADE DE MINAS GERAIS)
Texto de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72
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