sábado, fevereiro 26, 2022
Miandica terra do outro mundo 1973:
sexta-feira, fevereiro 25, 2022
Aqui está o nosso «1.º Cabo Cripto» José Xavier com o saco do correio»
COMPANHIA DE CAÇADORES 41 41 OS GAVIÕES A CAMINHO DO LUNHO:
quinta-feira, fevereiro 24, 2022
Eu Bernardino Peixoto fui preso num subterrâneo no Lunho Moçambique.
O rigoroso regulamento da disciplina militar, de que se dizia ser incomparável alimentava boa parte do anedotário, de caserna. Entenda-se seria de todo desnecessário e isso porque, bastaria entender as regras principais, cuidado com o que dizes" vê lá o que fazes" o que significava, que até isso porque para não cair nas suas malhas. Naquele tempo, dormir era razoável a probabilidade de se infringir um qualquer dos seus inúmeros, artigos. No Lunho não havia cadeia, as penas de prisão eram compridas, no fundo de um subterrâneo tenho memória de ter sido enclausurado, cujo o meu Comandante de Companhia António Cardoso, exigente e imperativo não admitia desculpas. o local escolhido ter sido logo ali naquele subterrâneo onde um animal de quatro patas acabava de dar à luz onze cachorros, fui preso sem camisa, foi-me retirada a minha arma, meus cinturões, enfim o cubículo era bastante apertado, que tive de tentar dormir uma soneca em condições desumanas. Um refilão preguiçoso, um negro de nome Agostinho, exagerou pois se encontrava embriagado, ultrapassou o desculpável e foi além da capacidade, de tolerância aplicada ainda com algumas atenuantes, infernizou a minha paciência, eu já me encontrava visivelmente agastado, com os palavrões, saquei do meu cinturão, o atingi numa das suas orelhas, de imediato foi socorrido pelos seus camaradas, até à enfermaria. O meu Comandante acompanhado pelo segundo, Aníbal Curto Ribeiro, e o furriel Afonso em pouco tempo entravam na caserna, ao ver a situação me deu voz de prisão, fui conduzido ao subterrâneo, pelo furriel Afonso que lamentou o procedimento do meu comandante. Estar preso implicou não ser escalado, para o respetivo posto de sentinela. Eu achando que tudo aquilo foi um abuso de poder visivelmente fiquei agastado, com o suposto castigo. para completar o quadro!!..O negro transferia-se à noite para a sua cama, na caserna, depois de ter alta da enfermaria!!!. Feliz da vida e apostado de ter cumprido o castigo, dentro do subterrâneo que me foi imposto. Creio que nunca fiz inimigos, mas também não consigo identificar os amigos, o Agostinho era um negro quezilento, quando se encontrava com umas cervejas a mais, situação algo frequente, a cerveja era barata, e havia quantidades generosas, que apenas se manifestava, quando toldado, por cervejas um pouco em quantidade. Claro que nestas coisas, à sempre exceções. A bebida queimando o seu fraco senso, fazia às avessas daí o resultado, de ameaças, o único que sofreu na pele fui eu. O castigo da providência senti de forma dolorosa.
Texto de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72
terça-feira, fevereiro 22, 2022
MADRINHAS DE GUERRA:
As madrinhas de «guerra» eram moças solteiras sendo muitas vezes os respetivos endereços, trocados por nós militares. Muitas vezes as pessoas, escreviam sem se conhecer pessoalmente mas alguns desses casos, resultaram em casamento. Ao fim de algumas cartas e aerogramas trocados, as madrinhas" enviavam fotos de corpo inteiro, para mostrarem o que valiam, vestiam a sua melhor roupa faziam a sua melhor pose para se mostrarem. Os "aerogramas" disponibilizados pelo Movimento Nacional Feminino, não precisava de selo era transportado gratuitamente, pelos aviões da TAP. O saco do correio, era transportado para o Niassa, e depois para o Lunho, duas vezes por semana, num pequeno avião que os velhinhos batizaram com o nome de "Pêga" Sempre no momento da distribuição do correio, aguardado com particularidade por todos nós, guerreiros!. Eu tinha umas cinco ou seis "madrinhas" recebia uns vinte aerogramas por mês, com algumas cartas à mistura. De que eu falava? falava de tudo era uma espécie de eu despejar o caixote. Falava de ser um herói, falava de solidão, falava de medo, e falava de malandrices.
Crónica de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72:
segunda-feira, fevereiro 21, 2022
Esposas Namoradas e Madrinhas de Guerra
Marta Martins Silva escritora e autora deste livro cartas de Amor e de Dor, Esta simpática senhora como jornalista e escritora, resolveu escrever as nossas histórias dos antigos combatentes do Ultramar, muitos lhe enviaram seus textos, subscritos a esta senhora fazer a revisão dos mesmos. Os antigos combatentes da guerra do Ultramar, em forma de um diário pessoal onde as nossas escritas delirantes, prometem desafiar os leitores, a descobrir qual a realidade do mundo, em que nós vivemos e como foi o desenvolvimento das nossas experiências traumáticas, em terras de África quando ainda eramos muito jovens. Parabéns senhora jornalista e escritora, Marta Martins da Silva todos nós combatentes da guerra do Ultramar, lhe agradecemos de colocar cá fora as nossas histórias que já se encontravam guardadas no baú das recordações. o que foi o nosso sofrimento em tempos de guerra em plena juventude.
domingo, fevereiro 20, 2022
quinta-feira, fevereiro 17, 2022
COMPANHIA DE CAÇADORES 41 41 OS GAVIÕES:

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