Aqui nesta Unidade, confesso que cresci bastante como homem, nos dois meses que durou a instrução básica. Deixei de ter apoio diário dos pais, e dos irmãos, do patrão e dos amigos, para ter de fazer e decidir as tarefas que me competiam. Aprendi a fazer a cama, a conchegar a roupa que em cada semana, levava preparada de casa, após de ser lavada e passada a ferro pela minha mãe. Aprendi a pegar numa arma de fogo, e como manejá-la e a distinguir os vários modelos.....espingarda ligeira, pistola, ou metralhadora, ou ainda diferenciar uma granada ofensiva de uma defensiva, e o que cada uma provoca quando utilizadas.
Aprendi a saltar ao galho, ou a vala, a fazer uma queda facial, e rastejar, dar uma cambalhota à retaguarda e ainda as tais flexões, que era diariamente castigado por alguma incorreção e que os instrutores em face disso me obrigavam a fazer. Depois de eu jurar bandeira fui colocado no regimento de infantaria n.º2 em Abrantes para a aprendizagem da especialidade de corneteiro que me foi atribuído após de ter feito um exame psicotécnico que serviu de prova à minha capacidade do meu desempenho.
Texto de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72
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