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Padaria do Lunho 1972 a 1974
Na padaria do Lunho a forma, de hábitos gastronómicos alimentares, de qualquer ser humano independentemente, da raça ou religião, é o "pão" mais propriamente apelidado na tropa pelo casqueiro. Pão tinha que existir, seja lá onde for e no Lunho não era exceção! Correndo o risco de estar a ser atraiçoado, pela memória, penso que a equipe de padeiros da companhia era constituída por um 1.º cabo de nome Joaquim Prazeres Carvalho, tinha como auxiliar o soldado corneteiro Adão de Sousa Barbosa com o apelido de "Banharia", Os dois com ajuda de uns e outros tinha a missão garantir casqueiro fresco, bem cedo para ser distribuído ao pequeno almoço havendo ter que cozer outra fornada para o almoço, e jantar.
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Barbearia do Lunho Moçambique 1972 a 1974.
sábado, setembro 07, 2024
quarta-feira, setembro 04, 2024
Malema Entre Os Rios Moçambique
segunda-feira, setembro 02, 2024
Regimento de Infantaria n.º 1 Amadora.
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Eu Bernardino Peixoto Sodado Corneteiro 017516/72 (1.º turno)depois de acabada a minha recruta, no Regimento de Infantaria nº13 em Vila Real de Trás os Montes, fui transferido para a Unidade Militar do Regimento de Infantaria nº 2 em Abrantes, afim de fazer a minha especialidade de corneteiro. O calor tórrido daquele verão, que tornava penoso pelos seis meses de instrução, foi ali debaixo da inclemência do sol, que recebi a noticia que estava mobilizado para a guerra do Ultramar. Fui transferido para a Unidade Militar do Regimento de Infantaria nº 1 Amadora, Apresentei-me ao Comandante da Companhia 41 41 os Gaviões que me ordenou a entrar na formatura. Seguia-se a derradeira etapa, que finalmente nos faria aptos, para o que desse e viesse na luta que se queria feroz e sem tréguas, contra um inimigo distante e desconhecido. Designado por (I.A.O) Instrução de Aperfeiçoamento Operacional. era destinada apenas em militares em vias de embarque para as terras do Ultramar, decorrendo esta espécie de ensaio geral no campo militar de Mafra, aqui o efetivo foi engrossado com especialistas vindos dos quatro cantos do território estes também formados com a mesma rapidez eficiência. Esses que compunham mais uns que outros, os cerca de cento e cinquenta homens, metidos nesta aventura à força. Enfim um conjunto de de artificies que tornariam a companhia de Caçadores 41 41 os Gaviões autossuficiente, no que toca às habilidades humanas que formam uma sociedade. Verdadeira micro comunidade pronta a povoar, qualquer deserto onde fosse largada, mas que ainda não tomara a consciência do que nos esperava. Neste característico local de passagem, a caminho da guerra plantado de de barracões a fazer lembrar acampamentos militares exibidos, em múltiplos filmes de ação receberam-se as ultimas dicas, e executaram-se novos exercícios, de ações na mata, assaltos encenados com emboscadas, uns fazendo das nossas tropas, e outros fazendo de inimigo exercitando e praticando o salto de viaturas em andamento que em resultado permanente rodar, ou resvalar dos Unimogs utilizados. A sessão terminava com o salto do helicóptero que para o efeito pairava alguns metros do solo, obrigando-nos a uma autêntica simulação de lançamento de tropas helitransportadas para o assalto ao objetivo. Seriamos informados do local que nos esperava um recanto remoto do Noroeste do Niassa Ocidental Moçambique, muito a propósito apelidado terras do fim do mundo. Diziam os graduados que era para nos proteger. Não sabendo pormenores o inimigo, estaria impossibilitado de armar uma qualquer emboscada, aos checas que chegavam. Se calhar era mesmo por isso que durante o tempo que vagueou a Companhia de Caçadores 41 41 os Gaviões nunca sofreu um desses ataques. Chegou finalmente a tão esperada, e prometida benesse final, para nós a primeira oportunidade, de voltar à terra após a incorporação o direito de gozar dez dias de licença, para junto da família o dia da partida chegou a doze de novembro de 1972, foi um verdadeiro reboliço nas casernas ocupando cada um arrumar malas, e sacos, encafuando da melhor forma os parcos pertences de homens pouco habituados a tratar das roupas, e demais preparo de viagem. Foi um domingo à noite estava um pouco atordoado, junto da minha namorada, a despedida já com as saudades que só mataria daí a dois anos de distância. Ao chegar a casa vesti a minha farda, segui para a rua sem a despedida da minha mãe, e dos meus irmãos revirei o meu olhar, para a moldura daquele velho portão em ferro, onde eu sabia estar a absorver talvez a ultima imagem, segui em direção ao apeadeiro dos caminhos de ferro em S. Frutuoso Folgosa da Maia, ali apanhei o comboio numa viagem cujo incógnita do meu regresso até à estação de Campanhã, ali eu mudei de comboio até Santa Apolónia terminando a viagem num comboio até à estação dos caminhos de ferro na Amadora. Lágrimas não mas um vazio opressivo teimou em acompanhar-me em toda a viagem. Ficara muita coisa por fazer, ou no mínimo por dizer esta injustiça, viria a perseguir-me toda a vida. A euforia juvenil dos guerrilheiros que escondiam mágoas à espera do tempo as caras de nós militares, da Companhia de Caçadores 41 41 os Gaviões, em rápido processo de conhecimento e que durante dois anos, seriam a nossa família mais chegada a expectativa de ver Africa pela primeira vez cheia de perigos das doenças tropicais, feras, e terroristas, pensávamos nós e o medo do desconhecido. Numa coluna gigante, formada de gado nos quais nós fazíamos o dito, galgamos quilómetros até Nova Coimbra, tendo como destino final o inferno do Lunho a Noroeste do Niassa Ocidental. A viagem que terminaria em Nova Freixo, após uma memorável e nunca olvidada viagem por caminho de ferro, numa composição de um comboio puxado por uma locomotiva a carvão, antecedida por o rebenta minas. Ao fundo do túnel das nossas vidas neste novo mundo, o vazio do do futuro, esse buraco nunca tapado está sempre presente na minha memória. O cumprimento do serviço militar, num local tão afastado do mundo, civilizado, como era o caso do Lunho exigia vocação de explorador, mas daquelas que se sentem atraídos por locais ermos. Ora isso era exatamente uma caraterística que na Companhia de Caçadores 41 41 os Gaviões ninguém, possuía, nem era preciso. A chegada a Africa, não fazíamos a mínima ideia do nosso destino e também todo aquele imenso território, nos era totalmente desconhecido, tornava-se, de alguma forma indiferente, o local que nos estava destinado. Largados no meio de coisa nenhuma, quando desembarquei na cidade da Beira, e a partir daí levado através daquele imenso território, naquela interminável viagem até aos confins da terra do fim mundo. Tinha a certeza que me estava afastar de tudo que então fazia parte da minha vida. Desde que saí de Metangula tudo se foi desvanecendo, desaparecendo como num passo de mágica, sem que disso me desse conta. Desde logo mulheres brancas, foi um ser! que se deixou de ver, apenas me lembro de avistar assim de soslaio uma ou outra que connosco se cruzaram na estação de comboios em Nova Freixo, enquanto se aguardava o inicio daquela longa viagem, de comboio. Quando a Companhia de Caçadores 41 41 os Gaviões chegou ao Lunho no dia 19 de novembro de 1972 a pouco mais de um mês do Natal. Alongava-se o tempo quando fomos largados naquele minúsculo recanto dizia-se que dentro de um ano mais coisa menos coisa, seriamos transferidos para um lugar mais apreensível já parecia difícil, aceitar a possibilidade de um ser humano viver por muito tempo num local tão isolado isso não foi bem assim tivemos de penar dezassete longos meses aguardando ansiosamente quem nos fosse render. Gastou-se rapidamente o ano de 1972, arrastados à torreira de um calor tórrido, a calcorrear aquelas picadas. A noite de consoada se aproximou, foi celebrada na caserna do primeiro grupo de combate, o nosso comandante se deslocou à mesma para nos dar uma palestra nos desejando um feliz natal foi essa a forma de solidarizar com os homens que aguentavam, com o ostracizam-te isolamento. Foi nos servido o jantar de consoada, a mirrada posta de bacalhau, excecionalmente introduzida na ementa pobre e rotineira, do pouco diversificado "menu" que já nos habituáramos. No dia vinte de março de 1974 chegava ao Lunho os checas que iriam ocupar os nossos lugares, não mais acordaria debaixo de chuva diluviana, e era certo o adeus definitivo às picadas lamacentas, aos postos de sentinela, à minha caserna à ponte do Lunho e até a visita semanal do pequeno avião a pêga deixou de nos interessar, o dia do santo correio o seu sagrado significado na certeza de que os sempre esperados aerogramas, azulinhos trazendo noticias de casa, seguir nos iam para onde quer que fossemos sem ter de percorrer tanto caminho. No Lunho tinha como certo um rapaz de raça negra um nativo que lhe apelidaram de mainato que tratava da minha roupa só cheguei a saber o seu primeiro nome "João" eu lhe efetuava a quantia de cinquenta escudos mensais como pagamento dos seus serviços, esse miúdo me acompanhou até Malema Entre os Rios Moçambique. Texto de Bernardino Peixoto Antigo Combatente da guerra do Ultramar Moçambique. |
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