às ordens do exército de Portugal, os dias iam passando, um certo dia fui à junta da minha
freguesia e no interior da vitrina, lá se encontrava uma relação com os nomes dos jovens, que
iam assentar praça em várias Unidades. O meu nome também se encontrava e que tinha de me
apresentar, no Regimento de Infantaria n.º 13 em Vila Real de Trás os Montes, no dia 17 de janeiro
de 1972 (1.º Turno). O dia chegou eu embarquei num comboio, em S. Frutuoso em Folgosa da Maia,
até Ermesinde, ali eu tive de mudar para a linha do Douro, onde segui viagem num outro comboio até à cidade da Régua.
onde desembarquei e me dirigi para a via estreita onde já se encontrava, um comboio velho a carvão,
(O TEXAS) que me levou até à velha estação de Vila Real. Ali desembarquei caminhei a pé até à Unidade Militar. Quando cheguei à nossa espera se encontrava um oficial para nos dar as informações
Já dentro das instalações encontrei vários recrutas como eu, oriundos de todo o país, com o decorrer do tempo era indiscutível a amizade, que nasceu entre estes homens, alguns nascidos em berços diferentes,
unidos apenas pela idade e pelo serviço militar obrigatório. Todos passamos a fazer parte das famílias uns dos outros, foi ali nos meses de instrução. Ali jurei bandeira fui transferido para o Regimento de
Infantaria n.º 2 em Abrantes, tirar a minha especialidade de corneteiro, meses depois fui mobilizado para
a Região Militar Moçambique. Em seguida fui transferido para o Regimento de Infantaria n.º 1 Amadora formar Companhia de Caçadores 41 41 os Gaviões. No dia 12 de novembro de 1972 fui transportado para o aeroporto de Lisboa ao escurecer o avião levantou voo em direção a Moçambique coitado de mim tive de apreender à minha custa as regras de sobrevivência a zona do Niassa (LUNHO) era tão perigosa, já tão referenciada pelos soldados já velhos ali naquela zona. Fiz muitas lamentações, era uma reação emocional, Ali vivi 17 longos meses, numa visão correta de miséria, e da grandeza, dos seus semelhantes. Tinha a idade de maior, já me revelava ser um homem, mais maduro ter tido cedo responsabilidades, que me obrigaram a crescer.
Aqui nesta Unidade assentei praça no dia 17 de janeiro de 1972 (1.º turno) a obrigatoriedade seguinte foi tomar um duche de água fria, para essa época do ano. Não adiantava nada dizer que ia bem lavadinho, que tinha tomado banho em casa,. .. uma ordem era para ser cumprida, e não havia como não a respeitar. Após a distribuição dos maçaricos pelos pelotões, começou a instrução militar ritual esse, de segunda a sexta durante dois meses, que compuseram a instrução básica. Começamos a conhecer melhor uns aos outros, e arranjar novos amigos, a criticar certas atitudes, tomadas por alguns e ainda com um ou outro caso pitorescos pelo meio. Eu tirava do meu pequeno saco em pano, uma sandes de bacalhau frito que devidamente preparada e que a minha mãe me aconselhava a levar, com o medo de passar fome.
Texto de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72:
Sem comentários:
Enviar um comentário