Texto de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72:
segunda-feira, janeiro 22, 2018
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Quando parti para a guerra! Como foi ardo, a ausência da minha namorada, sempre que estávamos juntos, sentíamos um amor muito forte, Não foi fácil para mim a despedida quando parti para a guerra do Ultramar. No dia que eu recebia correio, era para mim o mais esperado, as cartas e os aerogramas, era o único momento, que me transportava para o mundo real, passava por mim era uma saudade de amor. A chegada do correio, era o encorajamento muto que me obrigava a ler, todas as cartas e aerogramas, mais que uma vês por dia quantas vezes, eu levei todas as cartas e aerogramas, mais que uma vez nas algibeiras, do meu camuflado quando tinha uma saída para uma operação, quando as saudades apertavam, e um nó na garganta que não me deixava respirar. Era muito bom receber uma carta, e como prémio extra, uma fotografia no meio das folhas, escritas. Não imaginas o silêncio na minha caserna, a minha imaginação voava, de um momento para o outro, chegava a sentir a tua respiração, o calor dos teus lábios e do teu corpo. As cartas e os aerogramas, eram lidas e relidas, através delas regressava à velha casa dos teus pais, e junto daquele portão de ferro, onde juramos um amor eterno e nos beijamos com muita ternura, pela ultima vês que parti para a guerra.
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