quarta-feira, maio 23, 2018

domingo, maio 06, 2018

Ir para a guerra e pensar  não voltar vivo, um pensamento difícil e assustador. O que mais me custou, foi as saídas para o mato, sempre que ia podia estar à espera de encontrar ou não, os guerrilheiros da Frelimo. Também foi muito difícil, a altura dos bombardeamentos, tinha muito medo porque não sabia, quando íamos ser bombardeados com o morteiro, Quando as granadas do morteiro, a cair muito perto de mim, muitas vezes perdia a noção, do tempo, foi muito complicado e assustador. Foi aqui neste lugarejo, que vivi durante 17 longos meses, da minha comissão, afora o destacamento da Miandica, isolado atrás de isolamento, todavia e apesar de  todos os contra tempos, havia sem dúvida, a existência nas a proximidades, de um rio que tinha o nome de (LUNHO). A parada e as picadas  eram em terra batida. Nas imediações da guarnição, numa calmaria, que nos beatificava a alma. O Lunho era um local, indígena à nossa frente, não existia qualquer habitação, nem viva alma em nosso redor. Estávamos rodeados de mato e capim, os Kokuanas que conheciam o mato, e as picadas, a fundo. Surpresos ficamos pelo fornesim  de um aglomerado, de militares em termos demográficos, que sempre correspondiam a qualquer situação. 

Texto de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72

segunda-feira, janeiro 29, 2018

segunda-feira, janeiro 22, 2018

:

Quando parti para a guerra! Como foi ardo, a ausência da minha namorada, sempre que estávamos juntos, sentíamos um amor muito forte, Não foi fácil para mim a despedida quando parti para a guerra do Ultramar. No dia que eu recebia correio, era para mim o mais esperado, as cartas e os aerogramas, era o único momento, que me transportava para o mundo real, passava por mim era uma saudade de amor. A chegada do correio, era o encorajamento muto que me obrigava a ler, todas as cartas e aerogramas, mais que uma vês por dia quantas vezes, eu levei todas as cartas e aerogramas, mais que uma vez nas algibeiras, do meu camuflado quando tinha uma saída para uma operação, quando as saudades apertavam, e um nó na garganta que não me deixava respirar. Era muito bom receber uma carta, e como prémio extra, uma fotografia no meio das folhas, escritas. Não imaginas o silêncio na minha caserna, a minha imaginação voava, de um momento para o outro, chegava a sentir a tua respiração, o calor dos teus lábios e do teu corpo. As cartas e os aerogramas, eram lidas e relidas, através delas regressava à velha casa dos teus pais, e junto daquele portão de ferro, onde juramos um amor eterno e nos beijamos com muita ternura, pela ultima vês que parti para a guerra.

Texto de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72:                 

quarta-feira, maio 17, 2017

BATALHÃO DE CAÇADORES-1891: MIANDICA TERRA DO OUTRO MUNDO. MEMÓRIAS DE QUEM LÁ ESTEVE:

No dia 19 de Novembro de 1972 cheguei ao Lunho com a C.CAÇ.4141 os gaviões:
Bernardino Peixoto soldado corneteiro 017516/72 da C.CAÇ.4141 os gaviões.Esta companhia ficou sediada Num aquartelamento mais isolado a Noroeste do Niassa .

O seu ambiente era só capim mato e os montes que vigiavam de perto e de longe montes mais pequenos como lijombos e grandes como o Chissindo .Para os que estavam de lado de cá ! o Lunho ficava lá no fim do mundo mas para mim que estava lá aqueles 17 km que me separava da povoação mais próxima-Nova Coimbra eram intermináveis. Cada km teve a sua história era uma emboscada era uma mina que se detetava e era levantada era uma viatura que atascava no tempo das chuvas e obrigava horas e horas de trabalho angustiante eram patrulhamentos. Havia sangue suor e esforço dos que iam para a Miandica e para as operações e fazer proteção a uma coluna dos que iam compor o itinerário dos que iam carregar às costas os reabastecimentos que não chegavam lá porque a pista de aviação durante as chuvas se alagava e o nome do Lunho metia muito respeito. Impressionava os que não estavam lá porque os que estavam! estavam acostumados e jogavam a apreensão de cada dia com a naturalidade dos que todos os dias saiam de casa para o emprego. Era o aquartelamento e todo o horizonte era a vegetação rasteira e plana na maior parte da vista ao redor e para o outro lado umas grandes montanhas e a subida para a Miandica.


Claro que não havia lá mais nada não havia viva alma as casernas de material pré-fabricado em chapas de zinco e outras em artesanal em blocos de cimento e tijolos. Uma capela sem padre construída em bidões para a celebração do Santo oficio uma Santa aparecida na Miandica  foi transportada para a dita capela pelo furriel Mil..º Amadeu Silva da C.CAÇ.1558 do batalhão de caçadores 1891.


Quem não soube o Lunho ficava para lá do fim do mundo aquela picada cheirava a trótil  a  destruição e a morte. Nós soldados ali perdidos  no meio daquele capim passou a ser o centro daquele aquartelamento onde só reinava o terror e o medo.


A C.CAÇ.4141 os gaviões a partir de Maio de 1973 deixou de fazer operações para fazer a proteção à 2.ª companhia de engenharia que construíram uma picada do Lunho até ao planalto da Miandica e a construção de uma pista de aviação.





quarta-feira, março 29, 2017

Furriel Mil.º Amadeu Silva da C.CAÇ.1558
do batalhão 1891.
A 2.ª COMPANHIA DE ENGENHARIA NA FRENTE DOS TRABALHOS
NA MIANDICA NO ANO DE 1973.
A PONTE VELHADO LUNHO 1966.

quinta-feira, março 23, 2017