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O abandono do Lunho 1974.
Naqueles tempos na guerra do <ultramar, apenas de estratégia, operacional, determinavam as instalações, de militares no meio de um ermo, longe de tudo e de todos, as companhias que por ali passassem não perdiam a oportunidade, para encenar e chatear quem estive-se sobre as suas ordens. Não era uma localidade, mas apenas umas improvisadas instalações, militares ali plantadas por estratégia de ocupação, de território, porque a guerra nos empurrara, para a parca segurança, e desconforto que proximidade a tropa propiciava. Era enfim, um escasso quadrado delimitado, por uma frágil cerca de arame farpado no meio de capim imenso, representando uma humilde mostra, da soberania portuguesa. Pode parecer recorrente, falar do isolamento mas era um facto de tal forma, marcante que ainda hoje recordo, com razoável pormenor as vicissitudes que ali passamos. O Lunho ficava para lá de tudo o que pudesse ser, considerado um limite remoto, e autêntica fronteira, o fim de tudo um sitio que ninguém imaginava, para ali não confluíam estradas. Naqueles tempos apenas necessidades de estratégia, operacional determinaram as instalações no meio de um ermo, longe de tudo e de todos local a que nem o comandante do distrito do Niassa, parecia interessado em nos visitar. Acabada a guerra, e abandonada a área pelos últimos militares, portugueses ali destacados, o local ficou ao abandono, voltou às suas lavras e tudo que outrora corporizava, instalações militares transformou-se em ruinas, integralmente tomadas pelo capim sinal que de facto, aquele local não era adequado à fixação de seres humanos. Gerações de militares até à nossa vez. Dezassete meses foi o tempo, que por ali andamos procurando uma difícil, adaptação ao nosso novo mundo. numa incessante demanda, por qualquer coisa que se assemelha-se ao que deixamos para trás, meras recordações, diluídas pela passagem do tempo se esfumavam até quase passarem ao esquecimento.
Testo de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72
terça-feira, agosto 18, 2020
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