terça-feira, janeiro 29, 2019

Meponda Moçambique 18 de Novembro de 1972:

De Vila Cabral, eu ainda percorri cerca de 12 horas, os 60 quilómetros que faltavam até Meponda junto do Lago do Niassa estrada em que foram picados todos os palmos de terra, que os rodados das berlietes, haveriam de percorrer. A coluna chegou ao seu destino onde encontrei uma linda praia, com água muito limpa desembarquei da viatura, me dirigi para junto da água, descalcei as minhas botas para refrescar os meus pés, que estavam muito cansados, com muitas horas de viagem. Ali tinha de pernoitar o sol já começava a perder o seu fulgor, acoitei-me o melhor que pude para jantar a dita ração de combate, procurando um abrigo, debaixo de  um guarda sol construído, em capim  O sol desaparecera do horizonte, adormeci na areia daquela praia, ainda quente e fofa pela exposição ao calor do dia, era conforto bastante e rapidamente adormeci, debaixo do precário  guarda sol, não seria a falta de um colchão e um lençol, que perderia o sono,  no silencio da noite apenas ouvia, as ondas do Lago do Niassa, que me embalaram até eu adormecer, com o cansaço à mistura,  sentia a brisa daquele lindo lago do Niassa. Na manhã do dia seguinte, retomaríamos  ao nosso lugar.  Vislumbrei uma lancha da Marinha, já ali estacionada. Foi nos recomendado que teríamos de embarcar, o nosso comandante António Cardoso Capitão Miliciano, ordenou que fosse feita a formatura, verificou que estamos todos nos ordenou, que embarcássemos para aquele veiculo, que se pôs em marcha abandonou aquele local, dando lugar não menos belo crepúsculo, que encontrei com lividez a lancha baloiçava, suavemente, sobre o atapetado manto, formado pelas águas do Niassa. não nos dávamos bem com os solavancos  foi cometida de compreensivos enjoos,   vi o rosto dos meus camaradas, debruçados sobre o tombadilho do veiculo, observando atónicos a algazarra que recrudescia, à medida que se aproximava de uma outra praia, a quem lhe chamavam de Metangula. O ar trépido estampado no meu olhar, quando desembarquei para terra, vi os soldados que ali habitavam já velhinhos, com o seu camuflado todo gasto e roto transportando  nas mãos latas, e garrafas de cerveja, nos receberam com alegria, era uma companhia de checas que acabavam de chegar da Metrópole. que iam povoar as densas e muito perigosas matas do Lunho, os velhinho nos recomendaram que o Lunho ficava lá para Noroeste do Niassa, era um sitio muito ruim de roer,  

Texto de Bernardino Peixoto Soldado Corneteiro 017516/72.         

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