segunda-feira, março 07, 2016

PRESO NUM SUBTERRÁNIO:




Bernardino Peixoto.

2 comentários:

  1. LUNHO 1973
    Companhia de Caçadores 4141 os gaviões.
    Foi feita a integração dos G.I.132 soldados africanos de raça negra para aderirem à companhia.Naquele isolamento muitos deles refugiavam-se no tabaco e bebiam bebidas alcoólicas em excesso. Passado dias entrei na minha caserna para um merecido descanso nela habitava um soldado negro de nome "Agostinho" um homem rebelde difícil de descrever nos tratando com frazes que não citarei.Eu como estava longe das pessoas que eu mais amava estava a sofrer o que podia ser gratuito e inútil. Esse rebelde prenunciava frazes impróprias de raiva não aceitava a ideia de viver junto de nós. O rebelde pega na sua arma G3.e aponta na minha direção eu me aproximei do rebelde saquei do meu cinturão e com a fivela atingi a sua orelha do lado esquerdo que ficou traçada a meio.Prontamente o rebelde se deslocou ao posto do socorros que efetivamente era uma miséria. Pouco tempo depois se deslocou à minha caserna o Comandante da Companhia juntamente com o 2.°Comandante alferes Curto Ribeiro me deu ordem de prisão. Ordenou que lhe entrega-se a minha arma G3 e o cinturão e que despisse a camisa. O 2.° Comandante me conduziu para o subterrâneo onde tive que pernoitar uma noite.Naquele subterrâneo recentemente uma cadela tinha parido dez cães dormi junto daqueles animais rodeado de pulgas.A noite foi longa e o cassimbo que pairava em volta de um ser humano que foi castigado inocentemente por se de cor branca sofri muito mas foi uma fonte humana de enriquecimento e ajudei a compreender os outros que nós tínhamos de ser covardes tínhamos que nos calar porque tínhamos que dar lugar à psicula. O astro rei já brilhava como uma bola de fogo tocou o ferro da cozinha para o pequeno almoço saí daquele subterrâneo e fui tomar o café da manhã em seguida me dirigi para a secretaria fui ter com o meu Comandante fiz a continência e lhe perguntei se o meu castigo tinha acabado com não estava satisfeito me mandou fazer guarda à ponte do Lunho.Não cheguei a perceber que os que viviam na rebeldia eram os mais prevelegiados só que eu estava inocente. O Meu castigo tinha terminado senti necessidade de visitar o rebelde no posto de socorro ele ao olhar para mim senti as lágrimas dele rebentar só não chorou porque era um homem vi o efeito do meu cinturão vi uma orelha unida com trinta pontos vi um homem triste esse ser humano me abraçou pediu desculpa e passou a ser o meu melhor amigo.Tudo isto se teria evitado se o rebelde não tivesse abraçado consciente ou inconscientemente a vida da rebeldia.Nunca cheguei a perceber porque razão havia gente primitivamente em pé de guerra.Quem sofreu as consequências fui eu.
    Bernardino Peixoto soldado corneteiro 017516\72

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  2. A Laika era uma cadela simpática e mansa que como outros deve ter acabado na barriga de algum leopardo quando se aventurou a ir ladrar de noite para a pista.
    Só o 4141 por ser "coxo" se safou e foi acabar a Malema. E se ficou "coxo" o devia a quem entendeu que um cão a dormir tinha de se desviar do Hunimog e não o contrário.
    Mas a Laika era prolifera e a barriga que trazia deixava adivinhar que a ninhada seria grande.
    Naquele buraco mais conhecido por "casamata" único destinado a cento e tal homens ( apesar das promessas de um brigadeiro que por lá passou e prometeu cimento e mão de obra e que nunca chegou). Foi desse buraco que alguém gritou a Laika está a parir..
    Fui um dos que assistiu ao parto e se a memória não me falha foram onze..
    Foi um dia diferente naquele "buraco" junto ao rio Lunho naqueles dias do ano de 1973.

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Recordações da minha vida Militar.